Mostrei outro dia onde fiquei hospedada em Punta del Este, no Uruguai. Hoje vou falar um pouquinho sobre o que fazer por lá e aproveitar para contar o que achei de cada uma dessas atrações.
Antes de começar, vou falar algumas particularidades de Punta. Lá é um lugar em que o povo acorda e dorme super tarde. E não estou falando de jovens baladeiros, estou falando das famílias também (ao contrário do que se pensa, se vê bastante casal com filhos e idosos por lá, não é só reduto da juventude). Ninguém tem pressa, o objetivo é curtir e/ou descansar mesmo. Por isso, as coisas também abrem tarde e fecham mais tarde ainda.
Pra completar, no verão, o Sol só some no horizonte lá pelas 21h da noite. Para que acordar cedo se tem praia até depois das 20h? Hehehe. Claro que você pode optar sair pela manhã, mas vai ficar chocado como, depois das 15h da tarde, a cidade do nada parece estar triplamente mais cheia. Para se ter uma ideia, o shopping fecha às 01h da madrugada!
Outra coisa que não posso deixar de falar é que algumas das praias badaladas de Punta estão super distantes da área central, que já é bem ampla. Por isso, alugar um carro é uma ótima pedida (se não for fundamental, caso você queira ter bastante liberdade para ir e vir dos lugares).
1- Playa Brava e Playa Mansa
Lógico que ao se mencionar Punta a primeira coisa que vem à cabeça é a praia. E sim, claro, lugar para tomar sol na areia e se banhar é o que não falta! É só escolher se você quer água de rio ou de mar.
Punta é literalmente a pontinha do Uruguai. Lá, as águas do Rio da Prata de encontram com as do Oceano Atlântico. Por isso, parte da península é banhada pelo rio e parte pelo mar. Porém, na verdade, já está tudo tão misturado que há pouca diferença entre as praias de rio ou de mar. Parece que a Playa Mansa, que é banhada pelo rio, tem a coloração da água um pouco mais escura que a Brava, marítima, que por sua vez possui águas mais agitadas. Tudo teoria.
Aliás, essas são as duas principais praias da cidade e, na verdade, uma é continuação da outra, já que circundam a Península.
Tá vendo? Olhando para a foto, à esquerda está a Playa Mansa. À direita, a Brava, já recebendo as águas do Atlântico.
Não dá para negar que a geografia desse lugar é privilegiada, né?
A dica para aproveitar bem tudo isso é alugar uma bike e dar uma volta na Península, como eu fiz com amigos que também estavam por lá. Só que para se divertir mais (e pagar mais mico) alugamos um quadriciclo de pedalar… (tem videozinho no Instagram da zoeira, aqui).
Ah! Essa famosa escultura de mão fica no comecinho da Playa Brava e se chama “Monumento ao Afogado“. Todo mundo quer pelo menos um clique ao lado dela.
2- Avenida Gorlero
Ela é a principal avenida da cidade e corta a Península bem no meio. Lá, você vai encontrar restaurantes, fast food, bancos, casas de câmbio, lojas de roupas e também de tranqueiras. É o lugar ideal para comprar aquele souvenir para a tia.
Deixei para comer o Chivito (nada mais que o lanche típico do Uruguai, com carne no meio — que funciona para eles como o nosso bauru, por exemplo) na La Pasiva da Gorlero. Esta rede de restaurante é bem famosa no Uruguai, tem em vários lugares. Não chega a ter requinte, mas achei bem confiável para comer quando o objetivo não é “investir” nos restaurantes mais finos. Tem de tudo, desde lanches a saladas, massas e carnes.
Paralela a Gorlero fica sua prima rica, a Calle 20 (Remanso), com grifes internacionais bem luxuosas, como Fendi, Versace e Louis Vuitton.
3- Farol
Ainda na Península, um pouco depois da Gorlero, há esse farol. Ok, você não vai perder mais que alguns minutos para contemplá-lo. Algo para passar por perto e notar.
4- Plazoleta Grã-Bretanha
Bem na pontinha da Península, onde o rio encontra o mar, você poderá ver essas famosas esculturas de sereia.
5- Porto
Não saí da Península ainda… hehehe. Punta del Este tem um porto maravilhoso, literalmente enriquecido por lanchas, iates e barcos à vela. Dizem que é possível ver leões marinhos por lá (eu já não tive essa sorte).
O Porto é uma região lotada de bons restaurantes. Um dos mais conhecidos é o Virazón, especialista em frutos do mar.
Mais no cantinho do porto, praticamente dentro do mar, há o Ártico (fast food de frutos do mar) e o La Marea (à la carte), com uma vista espetacular e preço convidativo. A estrutura mais parece parte integrante do porto, como um mirante.
6- Conrad Hotel & Cassino
Certamente, o luxuoso hotel é o local mais comentado de Punta. Não dá para ir à cidade sem conhecer o enorme Cassino, mesmo que não curta apostar seu rico dinheirinho.
Tive a sorte de presenciar lá, ao chegar, o pôr do sol mais espetacular da minha vida. Ninguém conseguia crer naquele céu azul, roxo, violeta e rosa, todos começaram a sacar suas câmeras e celulares sem nenhum pudor. Acho que foi uma das coisas mais lindas que já!
Voltando ao hotel, nem só de jogatina fica o Conrad. Ele tem dois bons restaurantes, entre eles o Las Brisas, no qual comi esse ojo de bife suculento. E não se assuste: mesmo sendo dentro de um hotel de luxo, o preço cabe no bolso, ainda mais levando-se em conta os valores lá em cima costumeiros de Punta.
Tanto o cassino quanto os restaurantes são abertos ao público. Tem baladinha lá também, a OVO.
7- Casapueblo
A partir de agora começarei a falar sobre a parte distante mais distante do tour, já que esta atração fica em Punta Ballena, a 16km de Punta del Este. Casapueblo é uma obra de arte de dimensões gigantescas, uma casa-escultura construída pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró, com inspiração greco-mediterrânea. Belíssima!
Porém, acredite, a beleza desse lugar não fica por conta da exuberância de sua arquitetura, mas sim pela beleza do pôr do sol.
É tão bonito que há uma cerimônia para celebrá-lo, com a leitura de um poema que ecoa pelas caixas de som da construção, na voz do próprio Vilaró (agora já falecido). Centenas de pessoas se reunem para este momento. É de arrepiar de tão lindo! Não dá para descrever em palavras. Só digo: não deixe de ir por nada nesse mundo!
8- Ponte Ondulada
Essa divertidíssima ponte é caminho para se desbravar algumas praias mais distantes vizinha de Punta (porém, hiper conhecidas). Impossível não sentir um friozinho na barriga ao se passar por ela!
9- La Barra
Enquanto Punta é toda estruturada e possui altos edifícios, La Barra tem aquele clima todo rústico, descolado, com muitas ruas de terra. Eu estava com meus pais e não posso comprovar (hahaha), mas lá é o reduto dos jovens. Inclusive, dizem que muitos preferem ficar por lá do que em Punta mesmo, já que é onde o agito corre solto e as principais baladas estão.
A Avenida principal, Ruta 10, possui bastante lojas e restaurantes. Aliás, lá tem um Freddo com uma vista divina para o mar e também um centro de compras super arrumadinho chamado Oh! La Barra, com um café Havanna, entre outras coisas.
La Barra fica a 10 km de Punta.
10- Jose Ignacio
Jose Ignacio é bem mais distante de Punta do que La Barra (fica a 45 km) e é ainda menor e mais rústico, originalmente um vilarejo de pescadores. Teoricamente, era para ser bem tranquilo, mas tudo que é bom atrai gente, hehehe. E se tem algo de bom lá se chama La Huella.
La Huella é um restaurante/bar à beira mar, disputadíssimo. Ao mesmo tempo que é descontraído, tem um “Q” bem sofisticado, é incrível! O cardápio é variado, tem até pizza, mas o destaque obviamente fica para os peixes e frutos do mar.
O La Huella está longe de ser baratinho. Mas quem está familiarizado com os preços de bons restaurantes em São Paulo, por exemplo, não terá grandes surpresas.
Amei demais o ceviche, voltaria lá só para pedir outro, hehehe!
Como ele fica dentro da praia mesmo, tem que pisar na areia para entrar, então nem pensar em saltos e roupas exuberantes. O pessoal que frequenta se veste bem, mas de maneira simples: uma bela saída de praia (por cima do biquíni ou maiô), óculos escuros e um chinelinho ou rasteirinha já dão conta do recado.
Ah! Lógico: reserve antes de ir, para não correr o risco desse deslocar à toa e não conseguir uma mesa, nas épocas de mais movimento.
É isso, essas são minhas dicas de Punta del Este. Confesso que não esperava tanto dessa viagem, mas me apaixonei por esse lugar, mesmo não sendo uma “ratinha de praia”. Com certeza quero voltar, quantas vezes puder!