Andei escrevendo sobre o mundo das colorações e resolvi dar sequência ao assunto. Já postei sobre a numeração das tintas, cabelos vermelhos e também sobre como cheguei ao meu ruivo ideal. Dessa vez o tema será bem abrangente: o clareamento (e escurecimento) dos fios!
Acredite, não é tão simples quanto parece… quem nunca tentou (ou conhece alguém que tentou) ficar loira da noite para o dia e acabou com uma cabeleira laranja de mico leão dourado? Ou foi escurecer um pouquinho o cabelo e ganhou a aparência de uma “peruca preta” na cabeça?
Não é a toa que isso acontece... Existem muitas variáveis que influenciam profundamente no resultado. As principais são:
- Cor natural dos cabelos;
- Se ele está natural (virgem) ou colorido;
- Potência do produto utilizado;
- Tempo de permanência nos fios;
Os descolorantes removem os pigmentos naturais presentes no cabelo. As tinturas removem uma parte deles, para substitui-la por pigmentos artificiais. Cabelos virgens podem ser clareados em até 3 tons só com tintura (dependendo da volumagem da OX utilizada). Se o clareamento desejado for superior a isto, será necessário o uso de descolorante (que “abre”, em média, 5 tons).
As colorações não tem o poder de alterar pigmentos depositados artificialmente. Tinta não clareia tinta! E o processo de “descoloração” de cabelos tingidos tem outro nome: decapagem (feita com produtos exclusivos para tal fim). Primeiro é preciso retirar os pigmentos artificiais dos fios, com decapantes, para aí sim prosseguir com o clareamento.
Em cabelos naturais, é possível ir de um tom na altura do Castanho Médio (4.0) para um na altura do Loiro Médio (7.0), somente utilizando coloração. Mas se desejar ir do mesmo Castanho Médio (4.0), para um Loiro Claríssimo (10.0), será necessário utilizar descolorante. (Isso não só para mudança do castanho para o loiro — vale também para ir do castanho ao ruivo, pois as tonalidades acobreadas mais naturais geralmente ficam entre a altura do 6.0 e 8.0 — o ruivo é um reflexo, não uma cor de base).
Existem produtos hiper potentes, que clareiam até 7 tons de uma única vez. Mas CUIDADO! Para se conseguir esse resultado, além de uma volumagem de oxigenada mais elevada, geralmente é necessário deixar o descolorante agindo por mais tempo nos fios. E vocês sabem no que isso pode dar, né? Fio elástico e totalmente detonado!
Para se alcançar tonalidades bem claras em cabelos muito escuros, é recomendada a execução de leves descolorações espaçadas, sempre com uma boa reconstrução/hidratação entre cada uma delas. A pressa realmente é a pior amiga da perfeição nessa hora! Seguindo a mesma linha, é por este motivo que se recomenda fazer luzes (e outros procedimentos similares) aos poucos, ao invés de mudar radicalmente a cor de todos os fios num único passo. Gradativamente (e com paciência) há bem menos dano!
Hmmmmm… isso depende da cor natural do seu cabelinho. Os mais escuros possuem fundo avermelhado. Os mais claros, amarelado (veja na tabela abaixo). A maioria das brasileiras (por mais loira natural que seja) tem o fundo de descoloração de vermelho a laranja amarelado (vamos ser sinceras — não estamos na Dinamarca e loiro “branco” natural aqui é raridade, hehehe!).
Antes de chegar ao platinado, os fios precisam passar por toooodo esse processo. Os mais escuros, antes de alcançarem loiro digno, ficam avermelhados, laranjas, amarelados… e por aí vai! A partir do amarelo médio, o loiro já começa a ficar ok (e a ganhar nome: ouro, trigo, champagne e etc)! Mas se algo interromper esse processo (quantidade de produto insuficiente, tempo de ação curto, volumagem inadequada de oxidante e etc), o cabelo pode “parar” no vermelho ou no laranja mesmo! E isso é o que ninguém quer!