Usando transparência, renda, tons pastel, efeito ombré e dip dye você acha que está na última moda, certo? Parece que as moçoilas do início do século passado também achavam, hehehe!

A produção do figurino de Lado a Lado, novela das seis da Globo, está caprichando nas criações, para que o visual das cenas remeta a uma obra impressionista. Mas não é preciso ser nenhum expert para perceber que há muito em comum entre a moda da época, retratada na novela e as mais recentes tendências!

(Vestido: Nasty Gal. Cardigã: Miss Selfridge. Short: LPFP)

Assim, botando lado a lado, fica na cara: o mesmo mix de tons pastel açucarado, que aparece em vários vestidos da trama, também está presente em inumeros modelos das coleções vigentes. O efeito é conhecido como rainbow dip dye (e fica deslumbrante em peças mais esvoaçantes, como as da novela).

Usaria sem pestanejar (sim — o vestido de época inclusive)! Dá para não morrer de amores por uma composição tão “algodão doce”?!

(Bralet e Saia: Topshop. Legging: Miss Selfridge)

A harmoniosa combinação de rosa, azul e roxo, em intensidades leves, também faz parte da bela gama celeste explorada em Lado a Lado, transmitindo maior sobriedade e elegância. Pelo mesmo motivo, é constante nas coleções atuais!

Como este degradê abrange tonalidades próximas, é ideal para quem quer ousar sem atingir extremos.

(Vestido: Jonathan Saunders. Sapatilha: Melissa + Pedro Lourenço. Saia: Rowme)

A produção da novela tinge à mão os figurinos, com supervisão de uma equipe oriunda da escola de Belas Artes (expliquei como tudo é feito neste post aqui, após uma visita ao Projac). No começo do século XX, a renda era colorida pelo processo de tingimento, bem artesanal, assim como ainda é feito hoje em dia, para se alcançar os tão populares efeitos ombré, dip-dye ou tie-dye!

Juntos, azul e amarelinho ficam extremamente delicados e joviais! Assim como as receitas dos mais finos docinhos, as candy colors também devem ter sido importadas Paris, na ocasião (como tudo era, naquele tempo)!

(Saia e Blazer: Topshop)

A alegre e energizante transição de amarelo para rosa, que remete à flores e ao por do Sol, agrada tanto hoje em dia quanto agradava há um século atrás. A mesma coisa vale a para a transparência (que, ainda hoje, deve ser usada com alguns cuidados). O melhor jeito de se usar peças transparentes continua sendo a sobreposição!

(Vestido: Topshop. Sweater: Miss Selfridge)

Apesar de roxo e rosa serem duas cores tipicamente “fofas”, lado a lado têm o poder de tornar uma mulher mais interessante (e até sensual). Acho que é minha combinação preferida, ainda mais em peças fluídas (como o vestido da novela, à esquerda e o atual, à direita).

Não é incrível que o figurino de uma novela que se passa há tanto tempo tenha tanto em comum com as roupas que desejamos adquirir hoje em dia?

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(Agradeço à produção de figurino da novela Lado a Lado pela colaboração fotográfica).

Esse post de look é mais uma brincadeira do que outra coisa… o objetivo mesmo é mostrar as fotos que tirei pelo Projac, nos cenários das produções que nos acompanham todo dia, na telinha!

Após a reunião com Beth Filipeck e sua equipe, para discutir o figurino da nova novela das seis, de época, “Lado a Lado”, o pessoal da Globo nos levou (eu e as outras blogueiras) para dar uma volta nas cidades cenográficas. Será que nos divertimos pouco? Hehehe!

Gabriéêlaaaa… sempre Gabriéêla…

Não deu para perder a oportunidade de subir na fonte onde Gabriela causou… (com o solzão que faz no Rio, dá mesmo vontade de se jogar na água, hehehe! — apesar de que no dia a temperatura estava por volta de 21°C). Na foto à direita, o bar Vesúvio, atrás da praça!

Bom, esse era meu look no dia! Não que eu não tenha gostado do que eu vesti (gostei e bastante)… mas eu saí tão grogue de casa nesse dia, bem cedinho, para não perder por nada o voo para o Rio, que nem deu tempo de ficar “conferindo” item por item do look… o que importava era chegar lá e pronto! Hehehe! Às vezes a praticidade tem que vir em primeiro lugar!

Esse é o Bataclã, o antro da perdição de “Ilhéus” hehehe!

Entre um cenário e outro, andamos de “globomóvel”… sempre morri de vontade de passear nele, ao ver Video Show, hehehe!

Esse maxicolar comprei na C&A, na pré coleção de primavera. Ele estava meio quebradinho (era o último) mas levei mesmo assim e dei um jeito de arrumar em casa… acho ele tão legal, bem Art Déco.

Também fomos ao lixão da novela Avenida Brasil… todo mundo amou posar neste lugar que, apesar de representar o “feio e sujo”, é super limpo e até agradável do ponto de vista estético. Claro que não tem cheiro nenhum, né? É só um monte de terra com objetos colocados estrategicamente por cima.

Como não levei mala nem nada (e passaria o dia inteiro fora), precisava de uma bolsa maior para poder guardar meus pertences básicos na viagem. Optei por usar essa PS1 inspired em verde bandeira, pois adooooooro esse verde com amarelo neon ou lima! Em outra situação, provavelmente usaria uma clutch ou algo mais delicado… (minha PS1 comprei na Inovathi, há duas temporadas).

Apesar de ter saído correndo de casa, acho que o que eu mudaria seria só o sapato. Por pura frescura! Apesar de amar esse modelo da Schutz (e ele ser mega confortável), me incomodou um pouco o fato dos spikes coloridos criarem uma espécie de textura no calçado, que não era bem vinda com a saia já estampada… não é nada “Ah, nossa!” (mesmo porque o “problema” só aparece de lado), mas talvez ficasse melhor com outro sapato preto sem detalhes.

O mesmo sapato foi clicado de perto nesse outro look aqui, ó! É lindão…

Fui à casa da mãe Lucinda e revirei as coisas dela… hehehe! Adoro esse móbile e essa fachada toda metalizada, feita em latinhas. É muito luxo no lixo!

O casaquinho de tweed amarelo neon é da Zara. E a saia pareô com estampa tribal P&B é da Renner. Provei tendo certeza que não daria certo no meu corpo, mas me surpreendi com o resultado! Como tem movimento, ela acomoda o volume das pernas grossas e do quadril largo, coisa que não aconteceria com uma saia lápis comum, totalmente reta… 0 comprimento ajuda bastante… Tô apaixonada por essa saia!

Esse lugar vocês com certeza conhecem: a mansão do Tufão… ahhhh, vocês não imaginam a emoção de entrar nesse cenário! *-* Parecíamos crianças, hahaha!

Fui tomar um cafézinho básico com Carminha (me serve, vadia, me serve!) e comer um churrasquinho com Tufão… hehehe!

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Na última sexta (dia 31 de agosto) fui ao Projac, participar de um encontro com Beth Filipeck, figurinista da novela Lado a Lado e sua equipe. Vocês não tem idéia de como me emocionei com este convite da Globo! Sou completamente apaixonada por história e… a novela se passa no início do século XX, em plena Belle Époque! Já sabia que iria desfalecer ao ver todas aquelas roupas de época, mas não sabia que iria ficar tão surpresa ao descobrir como são feitas. E isso é o que vou contar para vocês…

Pela suntuosidade dos trajes de uma produção épica, logo passa pela nossa cabeça o quanto deve custar caro tudo isso. Mas Beth Filipeck, com seus mais de 30 anos de experiência, irá utilizar somente 1% do orçamento total da novela para a produção do figurino… É milagre? Sim! Se você é daquelas que acha que repetir roupa e reaproveitar peças antigas não está com nada, talvez precise rever seus conceitos, pois é exatamente o que a Globo fará nesta obra! E o resultado está longe de ser simples ou modesto…

Para cada personagem são criadas algumas bases, com a silhueta de época, lisas, sem detalhe algum. Como numa colagem, os elementos decorativos (golas, faixas, sobressaias, capas, boleros) são sobrepostos, formando um figurino diferente a cada combinação. Literalmente, os trajes são contruídos, em várias camadas!

Uma mesma gola pode ser usada com diversas bases (ou mesmo com outras golas com texturas ou tonalidades diferentes) e por aí vai… Ou seja: é tudo truque! Pura sobreposição! Economia e uso inteligente é o que há!

Mas da onde eles tiram tanta matéria prima? Oras, da própria Globo! Onde mais haveria tanto material arquivado, a não ser no próprio acervo de figurinos da emissora? Está tudo separado por décadas e séculos, gente… tive a oportunidade de conhecer e é descomunal, vocês não fazem idéia… são paredes e paredes de chapéus divididos por cores, centenas de gavetas só com luvas… ai ai ai!

(Precisava de um acervo desses aqui em casa, hehehe!)

O vestido abaixo, por exemplo, é um patchwork de rendas do acervo da própria Beth! Dá para acreditar que isso não é uma coisa única, mas sim é a união de diversos retalhos? Uma verdadeira obra de arte!

Uma boa renda custa caro, não se joga fora assim sem mais nem menos… se reaproveita! Aprendi que, naquela época, onde tudo era comprado no exterior, um pedaço de renda vestia gerações de uma família, inclusive as mais abastadas! Hoje em dia temos uma excelente produção de moda nacional mas, mesmo assim, devemos aprender a reciclar nossas roupas. Se até a Globo o faz, o que estamos esperando?

Quanto à concepção dos figurinos, para os protagonistas são criadas peças especiais. Cada um tem seu próprio “painel de estilo”, baseado no que precisa transmitir através das vestimentas. É definido um elemente fixo, marcante, presente em todos os figurinos do personagem, além de uma palheta de cores única (em Pantone). As peças são tingidas cuidadosamente por uma equipe da Escola de Belas Artes, para que o resultado seja um visual de pintura impressionista.

Missão cumprida com mérito! Olha só esse chapéu?

Porém, há restrições quando ao uso de algumas tonalidades: o salmão “pula” na tela e o amarelinho não é bem vindo. Creio que isso ocorra devido ao uso de filtros nas cenas. Em Lado a Lado será utilizada a cor magenta (além do efeito “fog”, enevoado)… e, como qualquer filtro colorido, isto pode interferir na percepção de outros tons.

(Se também achou “a cara” do figurino do Titanic, não é a toa. As duas produções estão bem próximas cronologicamente)

Apesar de interpretar uma vilã, Patrícia Pillar usa roupas suaves. Seria óbvio caracterizá-la com um visual sombrio, mas o domínio dramático da atriz já dá conta das nuances de maldade de Constância Assunção. Sua palheta é lotada de tons pastel em harmonia, com muitas flores, rendas e bordados, além de transparência. (É tipo uma versão 20 milhões de vezes mais fina da nossa primavera, hehe!)

Marjorie Estiano, no papel de Laura Assunção, é uma mocinha “rebelde”, com pensamentos evoluídos. Suas vestimentas também estão à frente de seu tempo, dando índices de modernidade. Há a inserção de elementos masculinos, como cintos, coletes e gravatinhas e também tonalidades escuras, costumeiramente não utilizadas pelas jovens do período. No chapéu mostrado acima, existe uma nítida inspiração em Chanel, ícone do feminismo. O interessante é que Chanel só abriu sua primeira loja em 1910 (o que mostra o quanto essa referência é mais simbólica do que realista, propositalmente)!

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